Data: 25-05-2012
Criterio: A3cd
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Bertholletia excelsa é uma espécie de grande valor comercial, amplamente distribuída e bastante frequente na Amazônia brasileira. Embora seja protegida por lei, B. excelsa sofre com uma forte pressão extrativista devido à coleta de suas sementes para fins industriais e de alimentação, o que já vem restringindo o recrutamento de novos indivíduos em algumas subpopulações. Além disso, a espécie vem sofrendo com um expressivo declínio contínuo na extensão e qualidade do seu habitat em boa parte da sua distribuição, devido à expansão de atividades agropecuárias. Suspeita-se que, a despeito da proteção legal, B. excelsa sofra com a exploração madeireira devido ao seu grande porte e tronco colunar, típicos das Lecythidaceae. Assim, considerando as ameaças atuais e potenciais às quais encontra-se submetida, e estimando o tempo de geração da espécie em pelo menos 50 anos, é possível suspeitar que B. excelsa venha a sofrer um declínio populacional de pelo menos 30% nos próximos 100 anos.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Bertholletia excelsa Bonpl.;
Família: Lecythidaceae
Sinônimos:
A espécie é conhecida vulgarmente como castanheira, castanha-do-Pará, castanha do Brasil (Smith et al. 2012), amendoeira da américa, castanha-mansa e castanha-verdadeira (Lorenzi, 2002).
Ocorre no Brasil, Guianas, Colômbia, Venezuela, Peru e Bolívia (Mori et al., 1990). No Brasil a espécie ocorre nos estados do Amapá, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia e Mato Grosso (Smith et al., 2012).
Árvore emergente (Ribeiro et al. 1999; Prance; Mori, 2004), semidecidua, com sistema sexual auto-incompativel (Maués, 2002). Floração de Novembro a Fevereiro, apresentando polinização por espécies de abelhas dos gêneros Eulaema, Xylocopa, Bombus, Ephicharis e Centris (Prance, 1976; Nelson et al., 1985; Prance; Mori, 2004) e frutificação de Dezembro a Março com dispersão de sementes por roedores, especialmente a cutia (Saravy et al., 2003; Tonini et al., 2008).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade
high
Detalhes
A floresta Amazônica vemsofrendo ao longo dos anos intenso desmatamento, a área cumulativa desmatada naAmazônia legal brasileira chegou a cerca de 653 mil km², em 2003,correspondendo a 16,3%. Esse desmatamento vem sendo gerado por especulação deterras, crescimento das cidades, aumento na pecuária, exploração madereira,agricultura familiar e para agroindustria, principalmente cultivo de soja e algodão (Ferreira et al., 2005;Fearnside, 2003; Alencar et al., 2004 e Laurance et al., 2004). Segundo Mori et al. (1990) entre os anos de 1978 e 1983 ocorreu uma grande queda na produçãode castanha (Bertholletia excelsa)devido a derrubada das árvores.
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Vulnerável (VU). Lista vermelha da flora do Pará (COEMA-PA, 2007).
1.2.2.2 National level
Situação: on going
Observações: Vulnerável (VU). Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 1.
1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: Vulnerável (VU). Lista vermelha IUCN (2011).
5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: Ocorre cultivada próximo aos alojamentos na Reserva Florestal Ducke (Ribeiro et al. 1999).
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Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Bertholletia excelsa
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Última edição por CNCFlora em 25/05/2012 - 17:18:35